quarta-feira, 12 de setembro de 2018

História da pop art


                  HISTÒRIA DA POP ART
O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar a arte popular que estava sendo criada em publicidade, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas ilustradas.
Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da Segunda Guerra Mundial. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes produzia o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol.
Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda. Já que tanto o gosto como a arte têm um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar em refinado, e aproximou a arte das massas, desmitificando-a, pois se utilizava de objetos próprios e populares.
Suas principais características são:
  • Linguagem figurativa e realista referindo-se aos costumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo;
  • Temática extraída do meio ambiente urbano das grandes cidades, de seus aspectos sociais e culturais: história em quadrinhos, revistas, jornais sensacionalistas, fotografias, anúncios publicitários, cinema, rádio, televisão, música, espetáculos populares, elementos da sociedade de consumo e de conveniências (alimentos enlatados, geladeiras, carros, estradas, postos de gasolina, etc.);
  • Ausência de planejamento crítico: os temas são concebidos como simples motivos que justificam a realização da pintura;
  • Representação de caráter inexpressivo, preferencialmente frontal e repetitiva;
  • Combinação da pintura com objetos reais integrados na composição da obra como flores de plástico, garrafas, etc., como uma nova forma dadaísta em consonância aos novos tempos;
  • Formas e figuras em escala natural e ampliada (os formatos das imagens em quadrinhos de Lichtenstein);
  • Preferência por referências ao status social, a fama, a violência e os desastres (Warhol), a sensualidade e o erotismo (Wesselmann, Ramos), aos símbolos da tecnologia industrial e a sociedade de consumo (Ruscha, Hamilton, etc.);
  • Uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e látex, produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes inspiradas na indústria e nos objetos de consumo;
  • Reprodução de objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real.
Destacamos os artistas expoentes da Pop Art:
Andy Warhol (1927-1987). Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal.
Robert Rauschenberg (1925-2008) artista norte-americano, produziu obras do Expressionismo Abstrato e do Pop Art. Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas “combinadas”, com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados para a criação de uma pintura composta por não somente de pigmentos, mas incluindo também objetos. Por volta de 1962, adotou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Ganhou reconhecimento internacional na Bienal de Veneza de 1964.
Tom Wesselmann (1931-2004) artista norte-americano, estava cursando a faculdade de psicologia quando foi recrutado para o exército americano. Foi durante o tempo em que cumpriu serviço militar, que Wesselmann se interessou pelo desenho. No início fez diversas caricaturas e bandas desenhadas que eram sátiras à vida militar. Em Fort Rilley teve de estudar interpretação de fotografia aérea, e foi a partir dessa altura que os seus desenhos começaram a abranger novos temas, sem se limitar à sátira militar. Quando terminou o serviço militar, voltou a estudar psicologia e ingressou no curso de artes, nesse período trabalhava fazendo tiras em quadrinhos para diversos jornais.
Jasper Johns (1930) pintor norte-americano. Os seus primeiros trabalhos tinham por base temas simples, como bandeiras, mapas, alvos, números e letras. O tratamento peculiar dado às suas telas, tem origem numa técnica denominada encaustica, que consiste em diluir a tinta em cera quente. Mais tarde, em 1958, Johns acrescenta relevo aos seus quadros, colocando neles objetos reais, como escovas, latas, pincéis ou letras. O seu trabalho caracteriza-se, assim por ser paradoxal, contraditório e problemático, semelhante ao de Marcel Duchamp (associado ao movimento Dada). Para além de quadros, Johns também trabalhou em entalhes, esculturas e litografias. Reside, atualmente, em Sharon, Connecticut, nos Estados Unidos.
Roy Lichtenstein (1923-1997) norte-americano, seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.
NO BRASIL
A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais. Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes do Pop Art como o uso das impressões em silk-screen e as referências aos gibis. Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral.
A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a em instrumento de denúncia política e social.

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