sábado, 18 de agosto de 2018

Morre Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU e Nobel da Paz

Kofi Annan em dezembro de 2017 (Foto: Joel Saget / AFP)    Morreu neste sábado (18), aos 80 anos, Kofi Annan, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e Prêmio Nobel da Paz.
Annan, de nacionalidade ganense, morreu durante esta madrugada em um hospital em Berna, na Suíça, informou a fundação Kofi Annan nas redes sociais.
    A causa da morte ainda não foi divulgada.
    O atual secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, escolhido por Annan para chefiar a agência de refugiados da organização, conta em um comunicado o que ele representava para as Nações Unidas.
    “De muitas maneiras, Kofi Annan era as Nações Unidas. Ele subiu nas hierarquias para liderar a organização no novo milênio com inigualável dignidade e determinação ”, disse.
Trajetória
    Economista, educado nos Estados Unidos e na Suíça, no comando da ONU tratou de temas até então considerados periféricos: a pobreza, o drama dos refugiados, o subdesenvolvimento e a aids.
    Kofi Annan foi o primeiro negro a assumir o cargo de chefe da ONU, onde ficou por dois mandatos, de 1997 a 2006.
    Em 2001, ele e as Nações Unidas receberam em conjunto o Prêmio Nobel da Paz. Annan foi elogiado por ser “preeminente em trazer vida nova para a organização”.
    Durante a sua gestão na ONU, ele foi criticado pelo seu posicionamento perante ao genocídio de Ruanda e do massacre de Srebrenica, naBósnia. Naquele período, o seu departamento havia ignorado informações que haviam sido passadas, alertando que o genocídio de Ruanda estava sendo planejado. Anos depois, no 10º aniversário do genocídio, Annan reconheceu suas deficiências.
    "Na época, acreditei que estava dando o melhor de mim. Mas eu percebi depois do genocídio que havia mais que eu poderia, e deveria ter feito, para soar o alarme e apoio. Essa memória junto com a da Bósnia, é dolorosa, influenciou muito do meu pensamento, e muito das minhas ações, como secretário-geral”, disse ele em 2004.
    Em sua entrevista de despedida das Nações Unidas, ele contou que a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003 foi um de seus piores momentos no cargo.
    "O pior momento foi a guerra do Iraque que, como organização, não pudemos deter embora tenhamos feito tudo para isto", disse.

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