quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Arte Pop

Resultado de imagem para arte popO que é Pop ArtPop Art é a abreviatura em inglês de Popular Art ("Arte Popular", em português), um movimento artístico que surgiu em meados dos anos 1950, com o objetivo de "abraçar" e desconstruir imagens pertencentes às culturas de massa, a chamada "cultura pop", feita para as grandes multidões.Após a Segunda Guerra Mundial, o expressionismo e toda sua subjetividade dominava o mundo artístico, havendo claramente, naquela época, uma divisão entre a “arte elevada” e a “arte vulgar”. O pop art surgiu como resultado da insatisfação de certos artistas com essa situação de separação entre a arte e as massas.Foi um movimento artístico que colocou histórias em quadrinhos, capas de revista e embalagens de sopa em museus e galerias de arte. O termo “pop art” foi usado pela primeira vez pelo crítico inglês Lawrence Alloway, em 1954, para se referir a trabalhos que usavam imagens populares como tema e matéria-prima.

Música Pop

No dia 16 de agosto de 1977, o mundo perdia Elvis Presley, o proverbial Rei do Rock, um dos maiores astros musicais de todos os tempos, e uma das figuras da cultura pop mais indeléveis do século XX.
Poucas gente se lembra, no entanto, que entre 1956 e 1969, o Rei atuou em nada menos que 31 filmes, muitas vezes lançando três ou quatro deles no mesmo ano! Talvez não tanto quanto Frank Sinatra, mas Elvis virou também ícone do cinema.
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Artes- j-pop

                                                J-POP
Sakura " é o single de estréia do trio japonês Ikimono-gakari , lançado no Japão em 15 de março de 2006. O single alcançou o número 17 na parada semanal da Oricon , registrando-se por 31 semanas. [1] Ele também alcançou o número 182 no gráfico anual de 2006. "Sakura" foi certificado platina pela Associação da Indústria Fonográfica do Japão (single de download digital). 
O lado-A foi utilizado em um comercial do serviço Denpo 115 da NTT Faixa 3, "Sotsugyō Shashin", foi incluída no álbum de homenagem de 2009 do Yumi Matsutoya "Shout At Yuming Rocks". 
O single foi certificado em ouro para cópias físicas enviadas em maio de 2011 e platina dupla para downloads de toques

Across the universe


O filme começa em Liverpool, de onde o inglês Jude decide partir para os Estados Unidos em busca de seu pai. Lá ele conhece Max, um estudante rebelde. Torna-se seu amigo e se apaixona pela irmã de Max, Lucy. Esta por sua vez, acaba se envolvendo com emergentes movimentos de contra-cultura, da psicodelia aos protestos contra a Guerra do Vietnã. Em meio às turbulências da época, Jude e Lucy vão passar por situações que colocam sua paixão em choque.A trilha sonora do filme é quase totalmente formada por clássicos musicais já interpretada pela banda inglesa The Beatles:

Artes

Artista Pop

  • DATA DE NASCIMENTO

    4 Setembro 1981 (idade 37)
  • LOCAL DE NASCIMENTO

    Houston, Harris County, Texas, Estados Unidos
Beyoncé Giselle Knowles (Houston, 4 de Setembro de 1981), mais conhecida simplesmente como Beyoncé, é uma cantora, dançarina, compositora, arranjadora vocal, produtora e atriz americana nascida e criada em Houston, no Texas. Cantora desde a infância, Beyoncé se tornou conhecida no ano de 1997, como vocalista do grupo feminino de R&B Destiny's Child, que mundialmente já vendeu mais de 50 milhões de discos.
Beyoncé já ganhou ao longo de sua carreira 16 Grammys (13 em carreira solo e 3 com o grupo Destiny's Child).
Em 2003, ela lançou seu álbum de estreia em carreira solo, Dangerously in Love. O álbum teve um bom desempenho comercial e os singles "Crazy in Love" e "Baby Boy" foram os únicos a alcançar o primeiro lugar na Billboard Hot 100. No ano seguinte ela foi premiada com cinco Grammy Awards.
Em 2006, ela lançou seu segundo álbum de estúdio, B'Day, dando continuidade a sua carreira solo depois da separação do grupo Destiny's Child em 2005. B'Day se tornou seu segundo álbum consecutivo em primeiro lugar na Billboard 200. O single "Irreplaceable", de seu segundo álbum, foi o que mais se destacou por permanecer por dez semanas consecutivas em primeiro lugar na Billboard Hot 100.
Seu terceiro álbum solo, I Am… Sasha Fierce, foi lançado em Novembro de 2008. Ele também teve um desempenho comercial muito favorável, sendo certificado pela ABPD como disco de diamante. A música "Single Ladies (Put a Ring on It)" foi uma das músicas do seu terceiro álbum que mais se destacou, se tornando o seu quinto single em primeiro lugar na Billboard Hot 100. No Grammy Awards de 2010, Beyoncé se tornou a artista feminina que mais foi premiada em apenas uma edição da premiação, por vencer seis das dez categorias em que estava concorrendo. 
Sua carreira como atriz teve inicio em 2001, quando interpretou Carmen Brown no filme Carmen: A Hip Hopera. Beyoncé também atuou em outros filmes, como Austin Powers in Goldmember, Resistindo às Tentações
Fonte:https://www.last.fm/pt/music/Beyonc%C3%A9/+images/58ef877e3bd5af0861ba0d2db6cebacd
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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Uma criança morre a cada 5 segundos no mundo, alerta OMS

Segundo relatório, doenças, violência e acidentes mataram 6,3 milhões de crianças no mundo em 2017, das quais 5,4 milhões com menos de 5 anos

Crianças em acampamento de refugiados na Síria

Crianças em acampamento de refugiados na Síria

Reuters / Khalil Ashawi / 11.9.2018
Um informe produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Banco Mundial e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) aponta que, apesar dos avanços importantes nos últimos 25 anos no combate à pobreza, a morte de crianças continua em níveis "inaceitáveis".
A cada cinco segundos, uma criança de menos de 15 anos não sobrevive a doenças, violência ou acidentes no mundo. Em 2017, 6,3 milhões morreram e, segundo o levantamento, a maioria delas poderia ter sido salva.
De acordo com as agências, desse total de mortes, 5,4 milhões delas ocorreram com crianças de menos de 5 anos.

Proporcionalmente, a taxa também registrou uma pequena alta. Em 1990, o índice era de 26 mortes para cada mil nascimentos. Em 2016, essa taxa era de apenas oito para cada mil. Um ano depois, esse número era de nove mortes para cada mil nascimentos.No Brasil, as entidades também apontam para uma estagnação nos avanços para evitar as mortes neonatais no Brasil entre 2016 e 2017. Em 1990, o País registrou 96 mil mortes. Mas o volume caiu para apenas 23 mil em 2016, com um dos maiores avanços entre os países emergentes. No ano passado, o total era de 25 mil.
No que se refere às mortes de crianças de menos de 5 anos, a queda também perdeu força. Em 1990, 64 crianças para cada mil nascimento morriam no Brasil antes dos 5 anos. Em 2016, a taxa caiu para apenas 15 a cada mil. Isso significou uma queda de 240 mil mortes em 1990 para apenas 45 mil em 2016. Em 2017, a taxa permaneceu inalterada.
Apesar de os números representarem um desafio para a comunidade internacional, as agências admitem que a queda na mortalidade em 30 anos foi substancial em todo o mundo. Em 1990, 12,6 milhões de crianças com menos de 5 anos morriam anualmente. Em 2017, essa taxa foi de 5,4 milhões. Entre as crianças de 5 a 14 anos, o volume caiu de 1,7 milhão para menos de 1 milhão.
Para as agências, os avanços precisam ser mantidos. "Sem uma ação urgente, 56 milhões de crianças vão morrer até 2030", disse Laurence Chandy, diretora de Pesquisa da Unicef. "Fizemos enormes progressos para salvar crianças desde 1990. Mas milhões ainda estão morrendo por quem são e onde nasceram."
"Soluções médicas fáceis, água limpa, eletricidade e vacinas podem mudar a vida de muita gente", afirmou Laurence.
Metade das mortes em 2017 ocorreu na África Subsaariana. As disparidades com os países ricos ainda são profundas. Na Europa, por exemplo, uma em cada 185 crianças com menos de 5 anos morre. Na África, a morte afeta uma a cada 13.
Um recém-nascido na África ou no Sudeste Asiático tem nove vezes mais chance de morrer em seu primeiro mês de vida do que uma criança no país rico.
Mesmo dentro de países, a disparidade preocupa. De acordo com o estudo, uma criança da zona rural tem 50% a mais de chance de morrer do que aquelas em zonas urbanas. Filhos nascidos de mães não educadas têm ainda duas vezes mais chance de não chegar aos 5 anos que aqueles com mães com um nível de escolaridade equivalente ao ensino médio.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O holocausto comunista


O holocausto comunista

Vencedora do prêmio Pulitzer, Anne Applebaum mergulhou nos arquivos secretos da URSS paramostrar os bastidores de um regime assassino

Alexandre Petillo
A jornalista Anne Applebaum começou a desconfiar que alguma coisa estava errada quando percebeu um número crescente de jovens usando camisetas com símbolos soviéticos, em especial a foice e o martelo. Foi aí que ela se perguntou por que as pessoas toleram e até aceitam um regime cruel como o comunismo da União Soviética enquanto desprezam veementemente o nazismo.
Ex-correspondente da revista The Economist na Europa Oriental, Anne teve acesso aos arquivos oficiais, até então secretos, do comunismo soviético. Entrevistou sobreviventes e analisou documentos até desembocar no livro Gulag, a History (“Gulag, uma História”, inédito no Brasil ), que devassa a máquina de matar montada pelo stalinismo. O livro narra a história dos campos de trabalho soviéticos e descreve o dia-a-dia desses lugares – e todas as atrocidades cometidas em nome da foice e do martelo. Com Gulag, Anne ganhou o Pulitzer de 2004, mais importante prêmio do jornalismo. De Washington, onde é colunista e integrante do conselho editorial do jornal The Washington Post, a jornalista falou com a Super.
O que exatamente era o Gulag?
É uma abreviação em russo para “Administração Central dos Campos”. Um nome burocrático para o órgão que administrava todos os campos de trabalho.

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Quem foi o responsável pela criação desses campos?
Os czares já tinham pequenas colônias de trabalho forçado. De certa forma, a União Soviética se construiu sobre essa tradição. Stálin sempre admirou a utilização de trabalho forçado por Pedro, o Grande, durante a construção de São Petersburgo. Mas o gulag era um fenômeno bem diferente, bem maior, com milhões de pessoas. O maior campo, Kolyma, era seis vezes mais extenso que a França. O gulag se tornou parte considerável da economia soviética e ícone central da ideologia do regime. Cidades inteiras foram construídas pelos prisioneiros, assim como quase todas as estradas da Sibéria, aeroportos e campos de petróleo.
É possível comparar o gulag a um campo de concentração nazista?
O gulag durou muito mais tempo, atravessando ciclos de enorme crueldade e relativa humanidade. Os campos nazistas duraram menos e tiveram menos variações: simplesmente se tornaram cada vez mais cruéis até que os aliados venceram a guerra. O gulag tinha vários tipos de campos, desde as letais minas de ouro de Kolyma, onde 3 milhões de pessoas morreram, até os “luxuosos” institutos secretos, nos arredores de Moscou, onde cientistas prisioneiros construíam armas para o Exército Vermelho.
A definição de “inimigo” era muito mais enganosa que a definição de “judeu” na Alemanha nazista. Salvo pequenas exceções, nenhum judeu poderia mudar seu status e escapar com vida do nazismo. Enquanto milhões de prisioneiros soviéticos temiam morrer – e milhões morreram –, não existia nenhuma categoria particular cuja morte era garantida. Alguns poderiam provar seu valor e trabalhar em empregos confortáveis, como engenheiros ou geólogos, em que tinham a integridade preservada.
Os campos de concentração eram verdadeiras fábricas de cadáveres. Pouquíssimas pessoas faziam trabalhos forçados – a maioria das vítimas era mandada diretamente para as câmaras de gás e depois cremada. Esse tipo de assassinato não teve um equivalente soviético. Mas, é claro, a União Soviética encontrou maneiras de matar milhões de cidadãos. Normalmente, eles eram levados até florestas, recebiam um tiro na cabeça e terminavam em túmulos coletivos. A polícia secreta usava “emanações exaustivas”, espécie primitiva de gás mortal, como os nazistas faziam antes de ter as câmaras de gás. Prisioneiros também morriam por negligência. Eram mandados para cortar árvores durante o inverno e morriam de frio. Trancados em celas punitivas, morriam de fome. Doentes eram largados em hospitais sem aquecimento e comida. Os campos soviéticos não foram criados para produzir cadáveres em massa – no entanto, acabaram produzindo.
Você disse que as definições de “inimigo” no regime soviético eram elásticas. Qual era, então, a razão que a polícia secreta encontrava para prender pessoas?
Era possível ser preso por qualquer razão. Durante ondas de terror maciças, o regime prendeu todo mundo que parecia suspeito. Se alguém contava uma piada política, ia para a cadeia. Se fosse descendente de estrangeiros, também. A maioria dos presos eram trabalhadores e camponeses de origem russa. Nem todos tinham praticado crimes políticos. Milhões eram chamados de presos criminais. Só que chegar atrasado ao trabalho, por exemplo, era considerado crime pelas autoridades.
Por que as potências do Ocidente não agiram contra esse regime?
Os crimes de Stálin não incitavam a mesma reação visceral que os de Hitler. Outro ponto é que o comunismo soviético tornou-se menos repressivo com o tempo. E as informações não vazavam. Ninguém sabia o que acontecia na União Soviética. Nenhuma câmera filmou os campos do gulag ou suas vítimas. E a imagem move a cultura ocidental. Sem imagens, nada atormentava nossas mentes.
Havia também o conceito que o ocidente fazia do comunismo. Nos anos 30, jornalistas americanos foram enviados para tentar aprender as regras na União Soviética. Um deles, do The New York Times, passou alguns anos por lá e voltou escrevendo que o regime era um sucesso – ganhou um prêmio Pulitzer pela reportagem. O fato de Stálin ser um dos aliados contra Hitler na Segunda Guerra também ajudou a ignorar a verdade sobre a repressão. Chefes de Estado como Roosevelt e Churchill apareciam sempre ao lado dele. No campo das idéias, intelectuais de esquerda apoiaram o regime soviético nos anos 50 e 60. Jean-Paul Sartre voltou de uma viagem para a Rússia, em 1954, declarando que existia liberdade de crítica e imprensa na União Soviética. Seria leviano dizer que ele mentiu. Prefiro acreditar que ele apenas não queria que outros soubessem a verdade.
Os crimes de Stálin foram debatidos à altura da discussão gerada pelo nazismo?
Na Rússia, não existe nenhum monumento nacional em tributo às vítimas. Quase 15 anos depois do colapso do comunismo na União Soviética, o novo regime não instaurou nenhum julgamento, nenhuma comissão de inquérito, nenhuma investigação governamental sobre o que aconteceu no passado, nem mesmo nenhum debate público sobre o assunto. Mesmo abundantes, os livros com as memórias dos sobreviventes do gulag são praticamente ignorados. O presidente da Rússia (Vladimir Putin) é um ex-agente da KGB e freqüentemente lança mão de gírias da polícia de Lênin.
Na Alemanha pós-nazismo, as atrocidades ficaram na mente das pessoas. Na Rússia pós-soviética, essas memórias são confusas, com a presença de atrocidades que vieram após o colapso econômico, como penúria e conflitos internos. Essa desinformação é útil para o governo. Os russos não teriam invadido a Chechênia se lembrassem o que Stálin fez com o chechenos. Na Segunda Guerra, os chechenos foram acusados de colaborar com nazistas. Em vez de punir os colaboradores, que realmente existiam, Stálin puniu toda a nação. Colocou homens, mulheres, velhos e crianças em caminhões de gado e soltou-os no deserto da Ásia Central. Metade morreu. Invadir a Chechênia de novo tem o equivalente moral de a Alemanha invadir a Polônia outra vez. Mas poucos russos vêem a situação dessa maneira.

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A CAÇADA AOS ÚLTIMOS NAZISTAS CONTINUA


A caçada aos últimos nazistas continua

As Justiças da Alemanha e dos Estados Unidos ainda seguem a pista de criminosos de guerra da Segunda Guerra Mundial.

Fotografia do visto fornecido pelos EUA em 1949 a Jakiw Palij, antigo guarda nazista.
Fotografia do visto fornecido pelos EUA em 1949 a Jakiw Palij, antigo guarda nazista. EFE
Somente a biologia acabará com a procura dos criminosos nazistas que cometeram atrocidades durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto existir a possibilidade de que algum deles continue vivo, instituições da Alemanha e dos Estados Unidos, assim como especialistas de Israel e da França, continuarão tentando localizá-los e enviá-los aos tribunais. Novos nomes continuam aparecendo no radar da Justiça. Efraim Zuroff, diretor do Centro Simon Wiesenthal de Jerusalém, que dedicou toda a sua vida à caça desses criminosos, afirma que está atualmente estudando dois casos que acabam de aparecer nos Estados unidos, no Havaí e na Flórida.
Na semana passada os Estados Unidos deportaram à Alemanha Jakiw Palij, de 95 anos, após um processo que se prolongou desde os anos 90. A Justiça norte-americana considerou que ele mentiu quando entrou em 1947 no país do qual era cidadão desde 1957, após esconder que havia pertencido às SS, um dos principais exércitos nazistas de Hitler. A promotoria alemã, por sua vez, considera que será quase impossível processá-lo, não tanto por sua idade e seu estado de saúde (ele sofreu dois ataques do coração), como pela dificuldade para se encontrar provas que o impliquem diretamente em matanças.z
Seu caso, e na realidade todos os casos que podem estar ativos, reflete a imensa complexidade do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial. Palij nasceu em um território que à época pertencia à Polônia e agora é da Ucrânia, países que se recusaram a recebê-lo quando os EUA anunciaram sua expulsão. Por fim foi aceito pela Alemanha. Muitos dos perpetradores do Holocausto eram cidadãos de países ocupados pelos nazistas, onde existia um antissemitismo tão raivoso como o de Hitler, e no final da guerra, em 1945, se fundiram no imenso fluxo de refugiados que percorria o mundo após o cataclismo e se espalharam pela América Latina, Estados Unidos, Austrália, Canadá... Não se trata de grandes chefes, dos quais já não resta nenhum vivo, e sim de assassinos anônimos sem os quais o maior crime da história nunca teria sido possível.
“Se for aceita minha definição de criminoso de guerra nazista como qualquer um que, trabalhando para a Alemanha nazista, tenha participado da perseguição e assassinato de civis inocentes, provavelmente algumas centenas ainda estão vivos, no mínimo”, diz Efraim Zuroff de Jerusalém. “Outra questão diferente é quantos deles poderão ser julgados. Duvido muito que alguém que viva fora da Alemanha chegue a enfrentar um processo”, afirma. Todos os investigados atualmente têm mais de 90 anos. A Segunda Guerra Mundial começou em 1 de setembro de 1939, há 79 anos.
Sobre os dois casos que estão começando a investigar na Flórida e Havaí, o veterano caçador de nazistas do Centro Wiesenthal prefere não dar detalhes. Zuroff trabalhou no principal expediente que se mantém aberto atualmente nos EUA: o processo contra Michael Karkoc, que foi comandante da Legião de Autodefesa Ucraniana, ligada às SS, e que participou de matanças de civis poloneses. A Polônia pede sua extradição, mas não será fácil: ele tem 99 anos, chegou aos Estados Unidos em 1947 e nega qualquer participação nos crimes. A instituição que investiga possíveis criminosos de guerra nos EUA para expulsá-los do país aos países onde cometeram os crimes se chama Escritório de Investigações Especiais.
Levada pela sensação de que cada vez resta menos tempo, a Alemanha mantém aberto um Escritório Especial à Investigação dos Crimes da Segunda Guerra Mundial, dirigido por Jens Rommel. Dos últimos 30 casos revisados, 22 foram fechados pelo estado de saúde do investigado, três por sua morte e cinco se mantêm abertos em diferentes promotorias do país, como explicou o próprio Rommel à cadeia de rádio francesa France Culture, que transmitiu nesse ano uma série de reportagens sobre a história da caçada de nazistas. Seus responsáveis calculam que a partir de 2025 seu trabalho acabará, quando já não restar vivo ninguém que tenha vivido aquele período como adulto.
O escritório, localizado em Ludwigsbourg, elaborou fichas de 1,7 milhão de pessoas com os nomes de todos os criminosos nazistas conhecidos até agora. A ficha 3 AR-Z 95/96 corresponde, por exemplo, a Josef Mengele, o sádico médico de Auschwitz que morreu no Brasil em 1979 sem nunca ter sido julgado. Oito pessoas trabalham atualmente no órgão, que ao longo dos anos rastreou todas as fichas de entrada nos EUA durante os anos posteriores a 1945.
Graças a uma sentença relacionada aos atentados de 11 de setembro de 2001, ocorreu uma importante mudança legal na Alemanha que facilitou o trabalho do escritório. Em janeiro de 2007, Mounir el-Motassadeq foi condenado a 15 anos de prisão por ajudar economicamente um dos terroristas do 11 de Setembro. Ainda que seu papel tenha sido pequeno, considerou-se que ele foi necessário ao assassinato maciço e que, portanto, era culpado como cúmplice. Os promotores que perseguiam nazistas consideraram que essa mesma doutrina era aplicável a pessoas que estiveram em campos de extermínio como o contador de Auschwitz, Oskar Gröning, que acabou condenado em 2015 a quatro anos de prisão acusado de cumplicidade na morte de 300.000 judeus.
Se, portanto, a promotoria conseguir demonstrar através de documentos que alguém serviu em um campo de extermínio nazista essa pessoa se transformaria imediatamente em culpada de cumplicidade. Levando em consideração os anos que se passaram, é cada vez mais difícil encontrar testemunhas, mas existem milhões de documentos disponíveis e continuam aparecendo. Nos campos de concentração, entretanto, a situação é diferente, porque continua sendo necessário demonstrar judicialmente que o acusado esteve diretamente envolvido em atrocidades. É o motivo pelo qual Palij não é perseguido na Alemanha. “Precisaríamos de evidências que o conectem diretamente a um crime, mas por enquanto não as encontramos”, disse Jens Rommel à Deutsche Welle.
A Promotoria de Würzburg abriu uma investigação em 2015 e a fechou por falta de provas. Mas continuarão procurando-as. Perguntado sobre o sentido de perseguir anciãos de mais de 90 anos por crimes cometidos há décadas, Rommel respondeu à rádio francesa: “É um dever político e moral da sociedade”. E um dever que não acaba na Segunda Guerra Mundial. Com o passar dos anos, o Escritório de Investigações Especiais centra-se cada vez mais em procurar culpados de atrocidades cometidas muito mais tarde, na Guatemala, Bósnia e Ruanda.

O Holocausto das balas

Shoah (Holocausto, em hebraico), o extermínio dos judeus na Europa, começou com balas e depois continuou nas câmaras de gás dos campos de extermínio nazistas. Mas a maioria dos criminosos investigados pela maior atrocidade da história se relaciona com o planejamento do Holocausto e com os campos da morte, não com os fuzilamentos maciços realizados principalmente entre 1939 e 1941 na Polônia e no território da antiga União Soviética, em que um milhão de pessoas foram assassinadas.
Nos últimos 40 anos, nenhum membro dos Einsatzgruppen foi julgado, os esquadrões móveis que se ocupavam do chamado Holocausto das balas. De acordo com Zuroff, ainda podem estar vivos dezenas desses perpetradores. De fato, a Alemanha atualmente está investigando três casos. A busca por provas, entretanto, é especialmente complexa, não só pela falta de sobreviventes, mas também porque não é nada fácil demonstrar documentalmente que alguém fazia parte de uma unidade que participou diretamente em uma matança. Muitas delas, além disso, foram realizadas por colaboradores locais.
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/31/internacional/1535716565_466959.html

Pop Art Pop Art é um movimento artístico que se caracteriza pela utilização de cores vivas e a alteração do formato das coisas. Muitas...